Tuesday, October 24, 2006

O Poema mais Triste do Mundo


Veja este rosto estático e cansado
Acompanhado de olhos sem planos
Pois bem este semblante derrotado
Pertence a um jovem de vinte anos

Perguntará, talvez, o que aconteceu
Para que flores ainda tão viçosas
Já estejam adoçadas, assim, de tanto fel
Possuídas de forças demasiado venenosas

Digo-lhe, porém, que contemple ao redor
E se encontrar em tudo que olhar
Algo que não esteja repleto de dor

Aceitarei resignadamente sua reprimenda
Mas quem sabe observando você compreenda
Que para, nós jovens, nada de bom restou.


Aracati-Ce., 05 de outubro de 2006.

André.


Noturno e Solitário


Nem percebi que estou sozinho aqui...
Duas guerras abalaram o mundo
E eu continuei com meu piano em Si
Menor executando esse noturno profundo.

Sou, quem sabe, o último louco...
As crianças de hoje já nascem calculando!
Eu, e eu... com vinte anos sei tão pouco!
Parece que a vida comigo está brincando.

Minhas notas são dissonantes para agora.
O teatro, realmente, está vazio
Todos se cansaram e foram embora.

Só a melodia me restou, sinto frio...
Corri inutilmente até lá fora,
Eles levaram meu último brio!

André

Aracati-Ce, 10 de outubro de 2006.






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