Friday, June 02, 2006

Delírio de um anarquista


Que fazer com esse queimor que me oprime o peito?
Como fugir dessas dúvidas varejeiras?
Que sinto quando me encontro no leito,
No frio das horas derradeiras?

Um ícone sobre o criado mudo,
Um trecho de música ouvida,
A pensar me leva tudo
Que encontro nesta vida.

A arte da impassibilidade Juno
Não ma ensinou.
Tenho as sensibilidades de Netuno;
Os ímpetos de Rimbaud!

Ah, mas as mãos da filosofia,
Tal qual a Boécio, hão de me consolar
Dessa intelectual nostalgia:
A arte de pensar.


Aracati-Ce, 24 de novembro de 2005.

André da Costa Nogueira


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