O excomungado
Há muito não sinto o sabor do sumo das coisas;
Há dias não me questiono acerca da natureza de Deus...
E assim meus dias vão passando:
Entre uma aurora e um crepúsculo
Nenhum músculo da minha face se destende num sorriso;
Nenhuma palavra me inunda a boca...
Há anos procuro uma vereda que leve à larga estrada;
Hesitante não quero assumir meu caminho,
Invento caminhos – sim! Invento caminhos –
Para fugir ao sol que banha a larga estrada
E que pode mostrar-me a nu diante de todos.
... e permaneço assim, calado, como um sacerdote
que espera calmamente pela realização de um milagre;
como um sacerdote que crê em milagres!
Até quando essas mesmas horas me separarão da eternidade?
Até quando meu questionamento será um grito rouco e solitário?
Aracati-Ce., 19 de dezembro de 2005.
André.
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